Segunda-feira, Junho 09, 2025
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Mercado colombiano investigado por suposta exploração trabalhista

Bogotá, 3 jun (Prensa Latina) A rede de supermercados colombiana D1 está sob escrutínio do governo hoje, após a denúncia de uma emissora de televisão de que a empresa obriga seus funcionários a trabalhar entre 10 e 12 horas por dia.

De acordo com o Ministro do Trabalho, Antonio Sanguino, uma investigação será aberta imediatamente para verificar as alegações feitas na reportagem do veículo.

“Seria extremamente grave se os supermercados D1, com lucros em 2024 de 373,2 bilhões de pesos (cerca de US$ 93 milhões ao câmbio atual), equivalente ao que 225.000 trabalhadores ganham em um mês, submetessem seus funcionários a um regime trabalhista ilegal e imoral, razão pela qual ordenei uma investigação imediata”, anunciou o ministro. O anúncio de Sanguino ocorre após a divulgação de uma reportagem do programa Señal Investigativa, do Sistema Público de Mídia, alegando que a referida rede obriga seus funcionários a trabalhar entre 10 e 12 horas sem reconhecimento de horas extras.

A D1 S.A.S., com sua marca Tiendas D1, foi fundada em 2009 em Medellín, na região noroeste, e conta com mais de 24.000 funcionários, segundo a própria empresa.

Atualmente, possui cerca de 2.500 mercados em 31 dos 32 departamentos do país e está presente em 520 municípios.

Seu principal acionista é o grupo Valorem, de propriedade da família Santodomingo, uma das mais ricas da Colômbia.

A denúncia contra a empresa ocorre em um momento em que o país a por um debate sobre os direitos de seus assalariados.

O Plenário do Senado deve discutir nos próximos dias o projeto de reforma trabalhista, aprovado na semana ada pela Quarta Comissão daquele órgão legislativo.

Um dos objetivos da proposta original era estabelecer uma jornada de trabalho de oito horas, diferenciar o trabalho noturno e estabelecer sobretaxas adicionais para o trabalho realizado aos domingos e feriados.

No entanto, membros do governo, líderes sindicais, membros da facção Pacto Histórico e o próprio presidente Gustavo Petro argumentam que as modificações introduzidas na iniciativa impedem a conquista de todos os direitos mencionados.

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